Saindo do Porriño pelas 6h30m, propusemo-nos a fazer uma etapa mais comprida, cerca de 40 Km até Pontevedra, como prometia mais um dia de calor nada como aproveitar a temperatura amena da manhã para subirmos até Mos.
O centro de Mos bem cuidado e pequeno é muito bonito, com a igreja barroca de Santa Eulalia, o paço dos senhores de Mos (iluminado pelo nascer do sol) e um café em frente ao albergue para ganhar alento para o resto de subida que ainda faltava fazer.
Continuando sozinho por um bocado de caminho e sempre a subir, aconteceu-me um episódio curioso. Uma pequena galinha que descia a encosta correu na minha direção e deitou-se no restolho da beira da estrada ao meu lado, imóvel, nem com a minha insistência se mexeu, somente quando reiniciei a subida e bati com a vara no alcatrão, ouvi um bater de asas e vi um corvo levantar voo. Era esse o motivo que tinha levado a galinha a ter procurado uma presença humana que a protege-se, pelo que depois disto seguimos, eu e ela, à nossa vida.
Depois do marco miliário romano que nos recebe à entrada do Concelho de Redondela, que indica as distâncias na via XIX, que unia Braga a Astorga, descemos entre o arvoredo e com uma vista fantástica até aos caminhos verdejantes que nos levam a Redondela.
Esta bonita cidade encaixada num vale, é marcada pelas duas pontes metálica de comboio do século XIX, que a sobrevoam, centro histórico bonito, com um grande jardim onde comemos alguma coisa ligeira para o resto da nossa jornada.
Abandonámos Redondela entre campos agrícolas e subimos até a um fresco parque com uma fonte, pouco depois a magnifica vista panorâmica da Ria de Vigo surge perante os nossos olhos.
Segue-se Arcade e finalmente a lindíssima Ponte Sampaio, onde atravessámos a colossal ponte de pedra que nos permitiu ultrapassar o rio Verdugo, local de resistência popular às tropas napoleónicas nas invasões francesas.
O caminho abandona esta povoação através da Brea Vella de Canicouva, um evocador trilho florestal de grandes lousas, itinerário da nossa sempre presente via romana XIX, a natureza é magnífica, seculares árvores acompanham a nossa subida, o verde é inebriante e o cantar dos pássaros inesquecível. Um dos troços mais marcantes do nosso caminho.
Agora depois de tanto subir chegou a hora de descer, passando por fontes onde é imperioso refrescarmo-nos, até à capela de Santa Marta (1617).
Nos quilómetros finais da nossa etapa aproximamo-nos de Pontevedra, aqui como não podia deixar de ser quando nos aproximamos de grandes centros urbanos, são grandes as retas e sem nenhum atrativo a não ser a possibilidade de chegar rapidamente a um albergue para tirar as botas, tomar banho, e retemperar forças…